O guichê de atendimento da Azul Airlines no aeroporto de Manaus ficou um caos ao longo desta terça-feira (05), após sucessivos cancelamentos de voos e problemas em aeronaves. Passageiros relataram à reportagem que esperam há três dias uma vaga para conseguir chegar aos seus destinos.
As principais queixas foram em relação aos voos para Tabatinga. A servidora pública, Cristiane Freitas Cavalcante conta que a passagem para o município – comprada com antecedência – estava marcada para a segunda-feira, com embarque previsto para as 15h45. No horário indicado, já com os passageiros no aeroporto, foi comunicado que avião que os levaria viria de Parintins, mas sofreu um ‘bird strike’ (colisão com pássaro) e por isso haveria um atraso de 25 minutos.
“Quando esse prazo esgotou, eles fizeram um anúncio dizendo que as 21h40 ia chegar uma aeronave que vinha de Campinas. Quando estava (em teoria) perto dessa aeronave chegar eles informaram que o voo estava cancelado. Saímos daqui era 22h39”, explicou Cristiane, que já estava na fila de atendimento para pedir reembolso, pois a viagem remarcada para a tarde de hoje também havia sido cancelada.
Neste último cancelamento, os passageiros chegaram a ser embarcados na aeronave, mas um problema mecânico impediu a decolagem e todos precisaram reagendar. Só há voos previstos para este destino na quarta-feira (7).
Cristiane estava acompanhada de mais dois colegas, todos servidores do Ministério Público Federal, que precisavam estar no município na segunda-feira para trabalhar e retornariam na sexta-feira, por isso perderam seus respectivos compromissos. Eles questionam a falta de informações e a desassistência aos passageiros. “Os sites de voos já informavam que esse voo estava cancelado, mas para gente, que já estava no aeroporto, a companhia não dá informação. Deixam a gente aqui sem saber”.
Segundo eles, outras pessoas que estavam fazendo o caminho inverso – de Tabatinga para Manaus – também passam pela mesma situação.
Outro voo que foi afetado pela falha na aeronave tinha como destino Santarém, no oeste do Pará. A orientadora social Sônia Conrado voltava das férias em São Paulo para a cidade natal, Itaituba (PA) e no voo dela não estava prevista a parada em Manaus.
Orientadora social, Sônia Conrado (Foto: Giovanna Marinho)
“Eu perguntei porque não me mandavam para Santarém e eles falaram que não tinha mais como colocar gente, mas eles iam fazer uma conexão, iam pagar o hotel até a noite e a partir das 20h era para eu estar no aeroporto que eu viajaria. O que o moço me informou é que o voo estava cancelado”, declarou Sônia cuja as férias encerram hoje.
A orientadora disse ter sido informada que não há vagas disponíveis nos hotéis que fazem parceria com a Azul em Manaus e por isso teria que arcar com os custos da hospedagem. “Eu não tenho como pagar. Eu teria que pagar e depois eles me reembolsavam”.
Ajudantes de montagem, Edielson Souza de Assis e Mateus dos Santos Souza vieram de São Paulo e iam para Santarém, tendo uma conexão em Manaus. No entanto, um atraso no primeiro voo impediu o embarque deles. A companhia os alocou então em voo da Azul. “Jogaram a gente para cá porque tinha um voo mais cedo, mas já são três dias que estamos tentando ir para Santarém e não conseguimos”.
Ajudantes de montagem Edielson Souza de Assis e Mateus dos Santos Souza (Foto: Giovanna Marinho)
Eles pretendem prestar serviço para uma empresa santarena, mas já contabilizam os prejuízos no trabalho em virtude dos cancelamentos.
“Era para estar lá já. Íamos chegar na madrugada de domingo. A gente tem que chegar na data porque tem uma integração para poder prestar o serviço. Acaba sendo prejuízo para gente”
A reportagem pediu posicionamento da empresa e aguarda retorno.
Fonte: A Crítica
Foto: Giovanna Marinho