Uma mulher de 24 anos deu entrada no Hospital da Mulher Intermédica de Jacarepaguá para dar à luz no dia 9 de outubro do ano passado, e apesar de o parto ter sido bem-sucedido, ela saiu do local com mão e punho esquerdos amputados. Sem uma explicação satisfatória, a mãe e a família estão cobrando investigações e já iniciaram um processo judicial contra o estabelecimento com a ajuda de uma advogada.
(Foto: Gabriel de Paiva)
A paciente estava com uma gestação normal, de 39 semanas, quando chegou ao hospital, localizado na Zona Oeste do Rio de Janeiro. No dia 10 de outubro, seu filho nasceu de parto normal, pesando cerca de 3 kg. Foi após dar à luz que os problemas começaram: uma hemorragia pós-parto surgiu, e a complicação levou à necessidade de um acesso venoso na mão para introduzir medicações. Dores e incômodo no membro, então, começaram a ser sentidos pela mulher.
Agravamento do caso
Inchaço e uma coloração roxa começaram a se manifestar, ao ponto de o agravamento levar os médicos a transferi-la para outro hospital da rede, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Kelly Cristina dos Santos, mãe da paciente, relatou ao G1 ter questionado os profissionais qual procedimento realizaram para solucionar o caso, já que, até o momento, apenas uma bolsa com gel aquecida em um micro-ondas vinha sendo aplicada em sua filha, que relatava sentir estar sendo queimada.
Após 3 dias de internamento, a família recebeu a notícia de que a paciente teria a mão amputada. Caso a mão fosse mantida, haveria risco de vida — as chances de reverter o caso eram de 5%, com 95% de probabilidade de amputação, que acabou sendo o destino da mão. Após a operação, a mulher ainda seguiu internada por 17 dias, sem poder ver o bebê.
Ao G1, a paciente relatou o sofrimento passado por conta do incidente, não podendo amamentar nem ficar em companhia da criança. Ela disse ter produzido leite por 3 dias, mas durante esse período, sentia como se tivesse tido um aborto. Já com 2 filhos, a mãe não pode dar banho e fazer tantas outras coisas que podia fazer com as outras crianças, uma adaptação difícil.
Medidas legais
A advogada da família, Monalisa Gagno, diz já ter entrado na Justiça contra o hospital, buscando apurar os erros criminais, administrativos e cíveis que levaram à amputação e conseguir reparações quanto ao dano moral, material e estético sofrido pela paciente. Em nota, a unidade de saúde manifestou solidariedade com a vítima e lamenta o ocorrido, garantindo que o caso será apurado e se dispondo para prestar esclarecimentos quando necessário.
O caso foi registrado pela Polícia Civil na 41ª DP (Tanque) como lesão corporal culposa, e a instituição relata estar ouvindo testemunhas e pedindo documentos médicos para auxiliar as investigações.
Fonte: Com informações de G1 e O Globo