Um dos assassinos do velejador Peter Blake foi preso com armas e munição em uma operação da Força-Tarefa de Segurança Pública (FTSP) do Amapá na manhã desta sexta-feira (5). A ação investiga uma quadrilha de piratas invasores de navios estrangeiros na Foz do Rio Amazonas e na área portuária da região metropolitana de Macapá. Outros 4 suspeitos também foram presos.
(Foto: Polícia Federal / Divulgação)
O velejador neozelandês realizava uma expedição na Amazônia e foi morto aos 53 anos quando estava ancorado no Rio Amazonas, próximo à região da Área de Proteção Ambiental (APA) da Fazendinha, em Macapá.
O homem preso durante a operação desta sexta que participou do crime cumpria a pena em prisão domiciliar. As investigações apontam que ele continuava realizando ataques como “rato d’água”, nome dado a “piratas” que invadem embarcações no Rio Amazonas.
Operação Nereus
A operação teve como objetivo cumprir 15 mandados de busca e apreensão e 6 mandados de prisão preventiva nos bairros Elesbão, Ilha de Santana e Comunidade do Ambrósio, no município de Santana.
Dos 6 mandados de prisão, 5 foram cumpridos, sendo 3 com flagrantes por receptação de tinta naval e porte ilegal de arma.
As investigações iniciaram após uma cooperação da Força Tarefa de Segurança Pública com a Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis (CONPORTOS) para apurar as constantes ações “piratas” em navios mercantes na Foz do Rio Amazonas e também na área portuária da região metropolitana de Macapá.
De acordo com a Polícia Federal (PF), foram identificados inúmeros boletins de ocorrência que relatava as invasões e cerca de 40% deles informavam furtos e roubos de “tinta naval” que é utilizada para o reparo de embarcações e tem valor comercial.
A Força Tarefa levantou ainda que os investigados estariam utilizando um depósito, localizado na Baixada do Ambrósio, em Santana, para armazenar os equipamentos utilizados nas ações (tintas navais, embarcações, lonas e cabos).
Assassinato de Peter Blake
Peter Blake estava no Brasil para uma expedição no veleiro Seamaster, barco laboratório no qual desenvolvia a campanha “Blake Expeditions”, para alertar sobre os problemas ambientais dos rios e oceanos.
Homens armados, que estavam em um pequeno barco motorizado, abordaram a embarcação do esportista neozelandês e anunciaram o assalto. Eles recolherem dinheiro e objetos pessoais das nove pessoas, entre estrangeiros e brasileiros, que estavam no Seamaster. A tripulação reagiu.
De acordo com a polícia, Blake – que levava um fuzil no veleiro – teria disparado contra os assaltantes. O velejador, de 53 anos, foi morto durante o tiroteio. Outros dois tripulantes ficaram feridos, mas sem gravidade.
O laudo da perícia apontou que Blake morreu por hemorragia interna provocada por dois tiros nas costas. Um deles atravessou o corpo e o outro ficou retido. Os ladrões conseguiram fugir de barco.
Considerado o maior velejador do mundo e bicampeão da America’s Cup, Blake liderava expedição científica, planejada para durar até 2005, que percorreria diversos pontos do planeta – entre eles, a Amazônia.
Fonte: G1 Amapá