“Não investigamos só o tráfico de pessoas, mas também a falsificação de documento público, já que foi apresentado um atestado de óbito da criança, feito no Rio de Janeiro”, acrescentou a delegada Juliana Tuma sobre a operação Salvaguarda, que resgatou um bebê de 20 dias, supostamente vítima de tráfico de pessoas, e prendeu as irmãs Ester Naissa Soares Tavares, 24, e Vitória Laissa Soares Tavares, 22, nessa terça-feira (20), no bairro Santa Etelvina, Zona Norte de Manaus.
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Ainda conforme a delegada, além desses crimes, também há a falsidade ideológica, porque a mãe biológica da criança, de 19 anos, entrou na maternidade apresentando um documento falso. O caso chegou à Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) após a genitora afirmar que a criança havia falecido.
“Ela chegou apresentando o atestado de óbito falso, físico e digital, o que nos impediu de compreender o que estava acontecendo naquele primeiro momento. O que levantou nossas suspeitas foi o fato de a criança, tendo 20 dias de nascida, ainda não ter sido registrada, motivando as investigações”, explicou a delegada.
Juliana Tuma, Titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA) (Foto: Daniel Brandão / A CRÍTICA)
Com as investigações, a mãe admitiu que o crime foi premeditado pelas irmãs, devido a uma dívida, possivelmente com o tráfico de drogas, que é intenso no bairro Santa Etelvina. Ainda conforme a delegada Juliana Tuma, a mãe biológica chegou a solicitar a devolução da criança, afirmando que pagaria a dívida de outra forma, o que não foi aceito pelas irmãs.
“Aí que entra a Vitória, que foi a intermediadora, que fez com que a mãe biológica apresentasse o documento falso na maternidade, saísse da maternidade após 48 horas, em um sábado, para que a criança não fosse registrada e apresentasse o atestado de óbito falso na delegacia. Nós tivemos acesso às mensagens, que comprovam a versão contada pela mãe biológica, e que ela e sua família estavam sendo ameaçadas de morte”, contou a delegada.
Após ficar com a criança, Vitória entregou a menina para Ester, que ficou responsável por cuidar da vítima e mandava as mensagens ameaçadoras. Em depoimento, brevemente, ela mencionou que não poderia engravidar e depois permaneceu em silêncio, exercendo seu direito de permanecer calada.
Conforme a delegada, o modus operandi das irmãs não condiz com a adoção irregular, mas sim com tráfico de pessoas. “Tudo isso foi desmascarado após a apresentação desses documentos falsos, mostrando justamente a premeditação”, finalizou a delegada.
Fonte A Crítica