Mesmo com tanta evolução tecnológica e os recursos eletrônicos aplicados em nossos carros, dá para afirmar sim que o tradicional cinto de segurança ainda é o mais eficiente item desenvolvido para proteger motorista e passageiros dentro de um carro.
Muitas mortes causadas por acidentes de trânsito poderiam ser evitadas se os ocupantes do veículo tivessem a consciência de preservar sua própria vida. Foto: Félix Carneiro.
O cinto de segurança automotivo é item obrigatório no Brasil desde 1997, sendo que o primeiro passo foi dado em 94, quando a prefeitura municipal de São Paulo tornou obrigatório o uso de cinto nos bancos dianteiros de automóveis particulares que circulassem pela capital paulista. Uma medida que, acredite, gerou polêmica na época.
Alessandro Rubio, o coordenador técnico do CESVI Brasil, afirma com veemência que o cinto é o item de segurança mais importante do carro, antes mesmo do controle de estabilidade. “O cinto de segurança, por si só, evita muitos acidentes fatais; ele é considerado o item mais importante porque consegue reter o ocupante dentro do veículo.”
Hoje existem dois tipos de cinto de segurança. Os convencionais, que equipam os carros mais antigos e sem airbags dianteiros; e os atuais equipados com o sistema de pré-tensionamento. O funcionamento do convencional é simples, ele apenas faz o travamento direto e evita que o passageiro seja projetado para frente ou saia do carro no caso de uma colisão ou capotamento.
Já o cinto com pré-tensionador conta com um sistema que percebe a desaceleração rápida do veículo e faz o cinto enrolar um pouco antes do impacto. Ou seja, executa o pré-tensionamento. Assim, além de reter, traz a pessoa um pouco para traz para manter a distância ideal em relação ao painel, algo fundamental para que haja espaço suficiente para o acionamento dos airbags.
Maus hábitos de uso provocam desgaste
Mesmo já devidamente absorvido por todos os motoristas brasileiros, o que muita gente nem sempre lembra é que, como todo componente automotivo, o cinto de segurança também pode sofrer desgaste com o uso. Portanto, também precisa de manutenção para não perder a eficiência. Mas isso se dá de uma forma diferente do que acontece com a manutenção clássica de outros componentes.
No caso do cinto, a questão começa com a atenção para alguns “simples” maus hábitos dos usuários. Exemplos? Soltar a trava bruscamente sem apoiar a fita durante a retração para que ela retraia (enrole) na posição correta. Depois de muita repetição, o cinto pode torcer e isso certamente vai dar início a um processo que acaba comprometendo a estrutura da fita.
Situação que fica mais complicada quando pensamos nos cintos com pré-tensionador. Mas há outras situações aparentemente simples, como usar o cinto de segurança para segurar carga sobre o banco, como caixas ou malas. Essa forçada de barra na utilização de um componente projetado para segurar o corpo humano, não tenha dúvida, vai gerar desgaste acima da média em todo o conjunto do cinto de segurança.
Quando trocar o cinto de segurança?
Tem aquela situação pela qual nunca queremos passar, mas que pode acontecer: um acidente. Neste momento, o conjunto é exigido ao extremo para cumprir sua função. Pois saiba que, nesse caso, é imprescindível a substituição. Alessandro Rubio, do Cesvi, ressalta que não existe a possibilidade reaproveitamento de um cinto de segurança após uma colisão ou algo do tipo, principalmente no caso dos modelos atuais com pré-tensionador.
“Após uma situação de estresse máximo, o sistema de pré-tensionamento simplesmente deixa de funcionar.” Para manter a segurança, a solução é a troca imediata de todos os cintos de segurança. E nunca, mas nunca mesmo, considere utilizar um conjunto usado.
Com informações da coluna do Benê Gomes
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