Começou na última sexta-feira (20), o trabalho de preparação e deslocamento das urnas até suas seções eleitorais para o 2º turno das Eleições Municipais. De acordo com o Chefe do Núcleo Gestor de Urnas Eletrônicas do TRE Pará, Ricardo Vieira, as urnas de Belém retornam ao depósito central até que seja o momento de irem para os colégios em que funcionam as seções eleitorais. Em Santarém, as urnas estão armazenadas no município e retornam ao depósito, em Belém, apenas quando for concluído o 2º turno. “A geração de mídias ocorre na sexta-feira (20), e de segunda até quinta-feira, de 23 a 27 de novembro, ocorre a preparação das urnas eletrônicas”, pontua.

(Foto: Divulgação / TRE-PA)

A saída das urnas eletrônicas do depósito para as seções ocorre em duas etapas: no dia 26 (quinta), elas são organizadas nos caminhões; e dia 27 (sexta), tem a saída da garagem até os locais de votação. O parque de urnas paraense hoje abriga cerca de 20,7 mil urnas eletrônicas. Em Belém serão utilizadas cerca de 2,7 mil urnas; e Santarém utiliza cerca de 1,05 mil. O gestor explica ainda que os cartórios eleitorais, em seu projeto original, já possuem estruturas de depósitos de urnas, por isso é possível manter as de Santarém na região.

“Nessas localidades as urnas são armazenadas dentro do contexto da restrição de tamanho da zona eleitoral, para que elas possam ali ser testadas exaustivamente às vésperas da eleição. E, no calendário estabelecido, receber a carga que será utilizada para as seções eleitorais, processo em que a urna recebe os dados da seção eleitoral, os dados de eleitores e os dados dos candidatos aptos a concorrer ao pleito”, detalha Ricardo Vieira.

O próprio sistema da urna eletrônica possui um software de autoteste para que o operador possa deixar essas urnas ligadas em teste, usando tanto as baterias internas como as externas (utilizadas em localidades que não possuem energia elétrica); e qualquer problema que seja identificado, o TSE tem um contrato nacional com uma empresa de assistência técnica que pode ir até essas localidades e fazer a  substituição de peças que sejam necessárias antes da carga das urnas, em tempo hábil para a votação.

Márcio Mendonça, Chefe de Cartório da 20ª Zona, em Santarém, reitera que a preparação para o 2º turno é mais rápida “porque você só vai usar a ‘mídia de resultado’, que é para ativar os dois candidatos, que já estão gravados na urna”, detalha. Além da sede do município, há eleitores que residem em comunidades às margens do Rio Amazonas, e que são o grande desafio para este 2º turno no Oeste paraense.

MANUTENÇÃO – Ao acabar a apuração, há ainda a logística de retorno. Todo esse material que saiu em dois dias, volta praticamente no mesmo dia, na segunda-feira pós-eleição. Cerca de 70% volta no domingo e 30% na segunda-feira, no caso dos interiores. Ricardo Vieira ainda conta algumas curiosidades desse processo, que vai além do ano eleitoral.

“[Depois da eleição] As urnas ficam armazenadas esperando um período que a gente chama de sessentena; são cerca de 60 dias sem a gente poder fazer nenhum tipo de manutenção. Quando está liberado, já começamos a fazer a manutenção das urnas eletrônicas para a próxima eleição. Elas passam por uma série de testes que nós chamamos de ‘manutenção preventiva’. No ano, o nosso parque de urnas passa por três ciclos de manutenção – geralmente dura quatro meses cada ciclo”, explica.

Esses testes consistem em limpeza da urna, remoção de lacres, teste dos componentes internos, dos teclados, do display, além da substituição de peças. “Em alguns casos, elas precisam de uma manutenção que a gente chama de ‘manutenção coletiva’, que são os casos em que ela está com defeitos mais graves e a gente tem que acionar a assistência técnica, que vem e troca a peça que for necessária, como LCD, teclado, placa-mãe”, detalha. “O tempo de vida da urna geralmente são 10 anos”, acrescenta.

ATUALIZAÇÃO – Assim que são iniciados os procedimentos de manutenção na urna eletrônica, também são feitos outros procedimentos correlatos. “No depósito de urnas a gente armazena vários materiais, como a bateria externa da urna, cabos de bateria, cabinas, as mídias que são usadas nas eleições, então todos eles passam por conferências e testes. E a gente já solicita ao TSE materiais para a próxima eleição, baseado nessas verificações”.

Como a urna eletrônica é também um computador, ela precisa ainda passar frequentemente por atualizações, que são definidas pelo TSE. “Em 2020, as urnas passaram por uma atualização interna no software e no teclado do eleitor, que foram essenciais para essa eleição”, exemplifica Ricardo Vieira.

Estado do Pará News com informações do Tribunal Regional Eleitoral do Pará