O delegado da Polícia Federal e ex-superintendente da corporação no Amazonas, Alexandre Saraiva, acusou nesta terça-feira (14) uma série de parlamentares, incluindo dois senadores de Roraima, de serem “financiados por madeireiros.”
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Em entrevista ao canal GloboNews, ele disse ser difícil conter crimes ambientais na Amazônia porque os políticos da região são apoiados por quem comete o desmatamento ilegal.
“Esses criminosos têm boa parte dos políticos da região norte no bolso, eu estou falando de governadores, senadores”, disse. Olha o Centrão, veja de onde saíram grande parte dos parlamentares do Centrão. São financiados por esses grupos. [Os senadores] Zequinha Marinho, Telmário Mota, Mecias de Jesus, Jorginho Melo de Santa Catarina mandou ofício, a Carla Zambelli foi lá defender madeireiro. Temos uma bancada do crime, de marginais, de bandidos”.
O delegado continuou: “Sabe qual é a maior prova de que estou falando a verdade? Eu já falei isso várias vezes e eles nunca me processaram, eu tenho dois carrinhos de supermercado de prova”, declarou.
“Quando alguém vê o descumprimento da lei evidente e se presta ao papel de defender o marginal e atacar a polícia, está ajudando os ilegais”.
Saraiva se refere à Operação Handroanthus da PF, que apreendeu 213 mil metros cúbicos de madeira ilegal na divisa entre Amazonas e Pará, no fim de 2020. A investigação apontou desmatamento ilegal, grilagem de terra, fraude em escrituras e exploração madeireira em áreas de preservação permanente.
O que dizem os parlamentares
Em nota para a imprensa nacional, a assessoria do senador Telmário Mota (Pros-RR) disse que a notícia-crime apresentada pelo delegado é “absolutamente leviana e mentirosa, vinda de uma pessoa com clara intenção de autopromoção”.
Mota também negou ter interferido em qualquer fiscalização, inquérito ou processo relacionado a crimes ambientais, e disse ter encaminhado denúncia contra Saraiva na corregedoria da Polícia Federal, ao Ministério Público Federal e à Justiça, pelo crime de calúnia.
O senador Mecias de Jesus também foi procurado pela Folha mas segundo sua assessoria ele prefere não se pronunciar sobre o assunto por enquanto.
Com informações da FolhaBv