Com o apoio do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) e da Secretaria Municipal de Assuntos Indígenas (Semai), 16 indígenas munduruku de Jacareacanga, no sudoeste do Pará, estão melhorando substancialmente a qualidade da farinha de mandioca produzida nas aldeias.
Pelas metas do Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais (Fomento Rural), parceria entre o Governo do Pará e o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), o objetivo é impulsionar a cadeia produtiva da mandioca do nível de subsistência para uma realidade profissionalizada de comercialização nas aldeias Sa Cinzai, às margens do rio Tapajós, e Yoto Bamyby, no km 11 da rodovia Transamazônica.
A compra de forno manual e forno elétrico já se encontra em tramitação. (Foto: Divulgação)
O Fomento Rural é uma estratégia de combate à fome e à pobreza no meio rural, que inclui difusão tecnológica, acompanhamento por especialistas e repasse financeiro: no caso, R$ 4 mil e 600 por beneficiário, sem que se precise pagar nada de volta.
No sábado (9), a primeira remessa de novos equipamentos para o processamento de farinha tipos “baguda” e “puba” chegou às mãos das famílias.
Desintegrador, macaco-hidráulico, motor-bomba, peneira e ralador foram adquiridos para uso coletivo. A compra de forno manual e forno elétrico já se encontra em tramitação. Está prevista, ainda, a instalação de um sistema de placas solares, para o forno elétrico, a partir de verbas do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
(Foto: Divulgação)
De acordo com o chefe do escritório local da Emater em Jacareacanga, o técnico em agropecuária Raimundo Delival Batista, o maquinário deve resultar na qualidade e na quantidade de farinha, com um impacto imediato de no mínimo 50%: “Fora que a substituição de ferramentas como ‘a bola de catitu’ e da ‘peneira manual’ coaduna com as exigências sanitárias do Mapa [Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento] e reduz acidentes, porque são práticas que obrigam a risco e exposição, como colocar a mão na massa quente”, explica.
Raimundo Batista pondera que o trabalho da Emater com os povos indígenas vem consagrando a farinha munduruku como iguaria no mercado: “Temos uma atuação histórica nesse sentido. Antes, os indígenas tinham dificuldade de vender, porque era um produto final com algumas inconsistências de padrão, e hoje, não: hoje já tem fama para consumo”, pontua ele.
Fonte: Agência Pará
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