Para fortalecer a economia de Santarém, no oeste paraense, o governador do Estado, Helder Barbalho, assinou nesta sexta-feira (18), a autorização para a desapropriação das áreas onde será construído o novo Distrito Industrial da cidade.  

(Foto: Pedro Guerreiro / Agência Pará)

A cerimônia ocorreu na sede da Associação Comercial e Empresarial de Santarém (Aces). Com a assinatura, o governo estadual desapropria uma área de 175 hectares localizada entre a BR-163 (Rodovia Santarém-Cuiabá) e a PA 370 (Rodovia Santarém-Curuá-Una) e garante indenização aos antigos proprietários, com um investimento de R$ 5 milhões. A criação do Distrito vai promover a geração de empregos e o aproveitamento das cadeias produtivas regionais.

“Este é um novo momento em que o Governo do Estado consegue viabilizar essa área para o Distrito Industrial. O Estado também vai se responsabilizar pela urbanização da área, garantindo ruas pavimentadas, energia elétrica. Garantindo os acessos para as rodovias e, claro, integrando com os rios, em uma logística portuária estratégica. Estima-se a geração de dez mil empregos, portanto é um novo tempo para Santarém”, destacou o governador. 

Projeto – O Distrito Industrial de Santarém já conta com um Projeto Conceitual que contempla 125 lotes, distribuídos em seis zonas econômicas: indústria, construção civil, bioindústria, mineração não metálica, logística, comércio e serviços, e agroindústria. O empreendimento terá espaços administrativos e de convivência, uma rede de 6,5 km de vias, sistema de drenagem, calçadas, ciclovias, faixas de pedestres, canteiros centrais, paisagismo e rede de distribuição de energia elétrica. Após a construção e entrega, o Distrito será gerido pela Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec), que vai ofertar as áreas para a instalação de empresas privadas. 

A implantação de um Distrito Industrial é uma importante medida de política pública para alavancar a transformação de matérias-primas regionais, sendo uma ação prioritária do governo. Além disso, há a expectativa de que empresas que já atuam em outros pontos da cidade migrem para o Distrito Industrial, onde poderão operar em um ambiente de negócios com infraestrutura e maior segurança ambiental e jurídica. 

A criação do Distrito é resultado de uma parceria do Governo do Pará, por meio da Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec), da Prefeitura de Santarém e da Associação Comercial. 

 “É um anseio de 30 anos e uma luta de pelo menos 10 anos para a instalação do Distrito. Nós conseguimos a documentação de toda a área e o aceite dos proprietários para a desapropriação. Teremos uma área que vai concentrar nossa produção industrial. É um passo gigantesco para a nossa região. Vamos poder transformar as matérias-primas que só tem aqui, transformá-las, agregar valor, gerar emprego e renda e exportar para o Brasil e o mundo”, ressaltou o presidente da Aces, Alexandre Augusto Lima Chaves. 

Sonho antigo – O engenheiro civil Jorge Hamad não escondeu a emoção em participar da cerimônia de desapropriação da área do Distrito Industrial de Santarém. Ele foi presidente da Aces e lembra quando o projeto era apenas um sonho. 

“Santarém é uma cidade polo e precisa ter um Distrito Industrial que gere emprego e renda. Nós fomos atrás de vários locais e hoje nós já temos uma área e estou muito satisfeito com isso. Eu estou emocionado com o fato de nós podermos ter o Distrito. Ele não vai ser para Santarém, mas vai gerar emprego para todo o oeste do Pará”, afirmou. 

Para Francisco Macedo, empresário do ramo da cerâmica, o Distrito Industrial também significa a realização de um sonho. “Para nós, é um sonho. Hoje, as indústrias acabam vivendo em conflito com a população porque as fábricas incomodam. Com um lugar adequado, melhora a logística, produção e distribuição. Estamos muito animados. As expectativas são as melhores possíveis”. 

Polo econômico – Santarém desponta com grandes diferenciais competitivos para receber o Distrito Industrial, em especial a sua privilegiada localização geográfica, rodeada de vias fluviais que facilitam o escoamento da produção, além da aquisição de matérias-primas, como também com ligação à rota de conexão com o Centro-Oeste, pela BR-163 e com a região central do Pará, pela PA-370. A cidade possui a maior população da região do Baixo Amazonas e é a principal economia local, com um Produto Interno Bruto de R$ 6,3 bilhões (Fapespa-2021).  

Segundo dados da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), Santarém é a principal produtora de Castanha-do-Pará do Estado, a terceira em produção de soja, milho e extração de madeira, além de ter grande potencial na produção de mandioca, pesca, indústria de transformação, construção civil e logística. O município também apresenta uma economia voltada para os setores de serviços e comércio, com grande potencial em bioeconomia.

Deixe uma resposta