Lideranças indígenas Yanomami e Ye’kwana publicaram nota de repúdio em que criticam a sobrevoo feito pela comitiva organizada pelo Ministério da Defesa à Terra Yanomami nessa terça-feira (27). O documento foi publicado no fim da noite de ontem.
(Foto: Divulgação / MS)
“Queremos deixar claro que para qualquer entrada a TI, o governo necessita consultar as lideranças locais e lideranças das associações Yanomami, de acordo com o nosso documento do Protocolo de Consulta dos Povos Yanomami e Ye’kwana. Chega de comitivas na nossa terra, queremos desintrusão do garimpo ilegal!”, afirmam as lideranças em nota.
Os indígenas afirmam ainda que aproximadamente 10 mil garimpeiros ainda continuam no território Yanomami, trabalhando de forma escondida, no período da noite, com novas estratégias para burlar as operações. Ainda presenciamos movimentações de aviões, helicópteros e barcos subindo e descendo os nossos rios. As lideranças relatam também que os pelotões do Exército Brasileiro que atuam no território indígena não se envolvem e nem dão apoio as operações e não colaboram no combate ao garimpo ilegal.
“O garimpo não acabou, então não podemos dizer que o nosso território está protegido, com segurança e o governo federal tem conhecimento, as autoridades sabem disso. Continuamos sofrendo!”, complementam as lideranças.
Atuação de garimpeiros
A Hutukara Associação Yanomami (HAY) já havia afirmado anteriormente que garimpeiros continuam atuando dentro do território, mesmo com diminuição da atividade, apesar de a Polícia Federal ter apontado que os alertas de garimpeiro na Terra Yanomami zeraram em.
“Pelo tamanho da destruição da floresta, com anos de invasão e desmatamento, destacamos que é precipitado afirmar que, em menos de seis, os dados de desmatamento zeraram. Esses dados não correspondem com a realidade que vivemos na Terra Yanomami porque a invasão do garimpo não acabou”