A principal testemunha de defesa do padre José Amaro Lopes de Sousa, foi assassinada na noite da quarta-feira (4), na estrada entre os municípios de Anapu e Pacajá, na região xingu do Pará, como informou a Comissão Pastoral da Terra (CPT), em comunicado divulgado nesta sexta-feira (6).

Crédito: Reprodução / Redes Sociais

Márcio Rodrigues dos Reis, de 33 anos, já havia sido ameaçado de morte e foi encurralado em uma emboscada. Ele trabalhava como mototaxista e recebeu um chamado para transportar um passageiro em uma estrada que liga os municípios paraenses de Anapu e Pacajá. Antes de chegar ao destino indicado, o passageiro o atacou com um golpe de faca. O corpo foi localizado por moradores locais, que acionaram a polícia.

Padre Amaro Lopes foi preso em março de 2018, acusado pelos fazendeiros da região de Anapu, de envolvimento em crimes de ameaça, esbulho possessório, extorsão, constrangimento ilegal e lavagem de dinheiro. Ele ficou preso no presídio de Altamira e foi liberado para responder ao processo em liberdade, dia 28 de junho, pelo Superior Tribunal de Justiça, após ter o habeas corpus negado pelo Tribunal de Justiça do Pará. O religioso é considerado o sucessor da missionárias Dorothy Stang, assassinada em 2006, em Anapu, a mando de fazendeiros de Anapu.

“Em liberdade, mas ameaçado de morte, Márcio Reis foi aconselhado a sair de Anapu. Passou então quase um ano residindo fora do município, mas, devido às relações familiares construídas em Anapu e para manter sua profissão de mototaxista, decidiu retornar alguns meses atrás. Achava que não corria mais risco. Mas acabou sendo assassinado”, afirma a nota da CPT.

A CPT defende que a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) deveria conduzir a apuração do assassinato de Marcio. “Com o assassinato de Marcio, completam 15 assassinatos de trabalhadores ocorridos em Anapu, desde o ano de 2015. Após intensa pressão, a Polícia Civil de Anapu instaurou inquéritos para apurar os 14 homicídios até então ocorridos. Até o início de 2019, apenas dois casos tinham resultado em uma ação penal, e em outros três houve apenas indiciamento de algum acusado. Nos nove restantes, os inquéritos sequer foram concluídos. Em todos eles, apenas um caso teve mandante identificado e preso”, complementa a CPT na nota.

Fonte: Agência Brasil

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