Uma pesquisa feita pela Universidade Federal do Amapá (Unifap), Universidade de São Paulo (USP) e os países Canadá e Suíça busca desenvolver um medicamento à base de maconha (Cannabis sativa) para doenças cardiovasculares. Os primeiros testes acontecem no laboratório da universidade em Macapá.
Pesquisador Helison Carvalho durante testes com óleo — Foto: Rede Amazônica/Reprodução
A tese de doutorado pensada por Helison Carvalho pesquisa o óleo da cannabis e como o princípio ativo dele, o canabidiol, pode ser importante na redução dos níveis de colesterol do corpo humano.
“Esse óleo é capaz de reduzir significativamente os níveis de colesterol e ainda contribuir para a redução dos níveis de outros lipídios também, principalmente o triglicerídeos. Ele limpa proteínas e também é capaz de reduzir a glicemia”, afirmou o pesquisador.
O canabidiol é indicado ainda para tratamento de epilepsia e dores crônicas. A importação de 50 mililitros da substância custa cerca de R$ 800, explicou Carvalho.
Aos que têm dúvida se o medicamento pode causar danos ao paciente, Carvalho destaca que a substância da maconha que causa efeitos no sistema nervoso não é inserida no óleo.
“Esses produtos à base do óleo que vão ser desenvolvidos não têm a capacidade de causar efeitos ao sistema nervoso, como vício, tanto físico quanto psicológico, e isso já é um ponto positivo de estudos com esses óleos”, explicou.
Os pesquisadores querem aproveitar o interesse das indústrias farmacêuticas no medicamento e a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que autorizou no Brasil a venda de produtos à base de cannabis para fins medicinais.
“Como há interesse de algumas indústrias farmacêuticas em desenvolver realmente medicamentos à base de cannabis, nós ficamos responsáveis no caso pela realização dos ensaios pré-clínicos aqui no laboratório de fármacos da Unifap”, disse o pesquisador José Carlos Tavares.
A resolução da Anvisa é válida por 3 anos. Os produtos à base de cannabis podem ser vendidos em farmácias, mediante prescrição médica.
O trabalho ainda está na etapa de testes em animais. Após concluída, será a hora da testagem em humanos, que ocorrerá em São Paulo. O processo é uma exigência da Anvisa para classificação de medicamentos. O prazo de conclusão do estudo é 10 meses.
O estudo é financiado pelas indústrias farmacêuticas e um convênio com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do governo federal.
Fonte: G1Amapá.
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