Policiais civis da 18ª DP cumpriram 11 mandados de busca e apreensão durante a terceira fase da operação Rainha do gado realizada, na manhã desta terça-feira (10). A Vara Criminal de Brazlândia, a pedido do  MPDFT, determinou o sequestro de bens e bloqueio de contas bancárias dos envolvidos no valor de R$ 24 milhões. Mais de R$ 3 milhões de reais em bens da quadrilha foram encontrados, entre eles sete veículos, sete imóveis e oito objetos eletrônicos.

A quadrilha, que tinha como sede a região de Brazlândia, era liderada por Vanesia Maria de Araújo, professora aposentada do Governo do Distrito Federal (GDF), presa na primeira fase da operação, deflagrada em junho deste ano. O grupo de criminosos era composto por uma estrutura familiar, que incluía parentes da mentora dos crimes e funcionários dos bancos.

Após um ano e meio de investigações, a 18ª DP descobriu um esquema fraudulento envolvendo empréstimos bancários. Os suspeitos cobravam uma porcentagem de 5% a 20% sobre o valor obtido dos bancos. Funcionários de um banco público e privados facilitavam as transações oferecendo condições de juros abaixo do mercado, utilizando financiamentos imobiliários como fachada. Além disso, documentos falsos também eram criados para facilitar o crédito com o conhecimento dos gerentes envolvidos.

Os alvos principais são os “corretores”, “fraudadores” e “intimidadores”. Os corretores atuavam como intermediários, oferecendo os empréstimos fraudulentos. Os fraudadores eram responsáveis por falsificar documentos como notas fiscais e escrituras de casas para oferecer base legal aos empréstimos. Por fim, os intimidadores, considerados os mais perigosos do grupo, ameaçavam os clientes que tentavam desistir do esquema. Esses criminosos possuíam ligação com grupos envolvidos em tráfico de drogas, estupro, roubo e furto, usando essas conexões para ameaçar suas vítimas.

Segundo os relatórios de inteligência financeira da primeira fase da operação, dados apontam que o grupo movimentou mais de R$ 32 milhões de forma suspeita, embora a líder da organização tenha uma renda declarada de apenas R$ 9 mil mensais. Na segunda fase, as investigações revelaram uma nova movimentação de R$ 12 milhões em menos de um ano, aumentando o valor movimentado para mais de R$ 54 milhões nos últimos cinco anos.

As investigações também identificaram que a líder do grupo alterava contracheques do GDF por meio de um programa de computador, onde aumentava o salário bruto do beneficiário do esquema. A ação era feita para que sua margem de crédito fosse maior e enganasse a instituição financeira responsável pela concessão do empréstimo, gerando um crédito acima da capacidade financeira do servidor.

Os envolvidos podem responder por crimes como organização criminosa, lavagem de dinheiro, fraudes contra o sistema financeiro, além de crimes contra a ordem tributária e a administração pública, com penas que podem chegar a 24 anos de prisão.

Fonte: Correio Braziliense

Foto: PCDF/Divulgação

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