O delegado Mikhail Rocha e Menezes, 46 anos — preso por atirar em três mulheres, incluindo a esposa —, fez uma contagem antes de balear a enfermeira chefe do pronto-socorro do Hospital Brasília, Priscila Pessoa, 45. Ao chegar à unidade de saúde e exigir atendimento, disse que contaria até cinco para que o filho de 7 anos fosse atendido. Caso contrário, precisaria “atirar em mais um”.
Mikhail chegou ao hospital pouco depois das 10h. Antes disso, ele esteve em uma loja de celulares no shopping Gilberto Salomão na tentativa de comprar um aparelho. No shopping, o filho dele vomitou e o delegado levou o menino ao hospital.
Segundo informações obtidas pela reportagem por meio de fontes policiais, o delegado entrou na unidade de saúde com duas armas de fogo em punho, acompanhado do filho e do cachorro. Ele foi até a atendente e exigiu atendimento prioritário à criança. Numa das falas, disse: “Será que vou ter que atirar em mais alguém?”.
A enfermeira Priscila saiu da sala de pediatria e foi até o delegado. Ela perguntou o estado da criança e Mikhail respondeu que o filho sofria de dores abdominais e problemas psicológicos. A profissional voltou a questioná-lo se o garoto precisava de atendimento. Em resposta, o delegado disse que não e que tinha atirado em um robô.
Tiros
Enquanto discutia com a enfermeira, o delegado disse que contaria até cinco se não tivesse atendimento. Caso contrário, atiraria. Ele contou até três e efetuou disparos no pescoço e no ombro de Priscila. O Correio apurou que, após o ataque, Mikhail ainda foi até a sala de um dos consultórios e só depois saiu do hospital como se nada tivesse acontecido.
A Polícia Militar, de posse das informações, conseguiu capturar o delegado na altura da QI 23 do Lago Sul. Ao que tudo indica, ele voltaria para a casa. Até a última atualização desta reportagem, as três mulheres seguiam em estado grave. Mikhail vai responder por três tentativas de feminicídio, segundo a polícia.
Fonte: Correio Braziliense
Foto: Ed Alves/CB/DA.Press