A desempregada K. S. R., de 30 anos, foi presa na manhã desta terça-feira (3), acusada de matar com um golpe de faca o companheiro dela, o trabalhador braçal Cleude da Silva Conceição, de 38 anos. O crime aconteceu na noite de segunda-feira (2), no bairro Nova Esperança, em São João da Baliza, região Sul de Roraima, durante uma bebedeira.

Foto: Reprodução de redes sociais

O crime foi presenciado pela filha da suspeita, uma adolescente de 14 anos. Ao prestar declarações na Delegacia, a garota contou que o casal estava junto há uns quatro meses e nesse curto período, a relação era turbulenta, pois brigavam muito.

De acordo com informações prestadas pelo DPC titular de São João da Baliza, Fernando da Cruz, o crime provavelmente ocorreu por volta das 20h30 da noite de segunda-feira. A garota contou ao delegado que o casal começou a beber cachaça cedo do dia e, no final da tarde começaram a trocar ofensas.

“A menina disse que estava em frente da casa e que sempre entrava para dar uma olhada nos dois, pois estariam muito bêbados. Por volta das 18h, ela disse que chegou a flagrar a mãe muito embriagada tomando veneno para rato. A garota já estava assustada com a situação do casal, mas percebeu que o veneno não fez efeito na mulher, que chegou a fazer uma carta de despedida aos filhos. Carta essa que foi entregue na delegacia pela adolescente”, disse o delegado.

Ainda segundo DPC Fernando da Cruz, a adolescente disse que estava em seu quarto quando ouviu uma discussão entre a mãe e a vítima, em que ele dizia aos gritos “Me mata, me mata. Se você não matar, eu te mato”. Depois, ainda segundo o delegado, a adolescente ouviu a mãe gritar e dizer “Você quer me matar? Mas não vai acontecer porque vou te matar primeiro”.

“Neste momento a garota disse que correu para ver o que estava acontecendo e já viu a vítima atingida com um golpe de faca no abdome, próximo da caixa torácica. Mesmo ferido ela disse que o padrasto ainda caminhou e chegou a pegar uma espingarda, ocasião em que correu e se trancou em seu quarto. Passados alguns momentos, como ficou silêncio na casa, a garota foi verificar o que estava acontecendo e viu que o padrasto estava morto”, contou o delegado.

A suspeita saiu da casa, levando a filha, para ir à residência de um amigo, onde contou o que tinha feito e pediu abrigo. A arma do crime também foi levada pela suspeita. Na manhã de terça-feira, por volta das 9h, a mulher voltou com a filha ao local do crime.

“Ela queria que a garota entrasse na casa, mas a menina estava com muito medo. A menina chegou a entrar na casa e viu que o padrasto estava morto. Chegou a presenciar quando a mãe pegou a espingarda do padrasto e colocou em cima da cama. Em determinada ocasião, a suspeita pediu à filha que fosse lhe buscar cigarros, oportunidade em que ela conseguiu sair da casa e foi até um posto de saúde e avisou a uma tia o que tinha acontecido”, disse o delegado.

Após a comunicação da adolescente, tanto a Polícia Militar quanto a Polícia Civil foram acionadas. A garota não sabe dizer o que aconteceu na casa, após sua saída. É que ocorreu um incêndio na casa e parte do corpo da vítima chegou a ser atingida.

Ainda segundo o DPC Fernando da Cruz, um agente da Polícia Civil chegou a ver a acusada na cidade e a prendeu, quando estava bebendo em um bar.

“A suspeita estava tão embriagada, que não teve condições de ouvi-la. Ouvimos algumas pessoas, dentre elas a adolescente, a tia dela que acionou a Policia e os policiais que acompanharam a prisão. Entretanto, a mulher somente será ouvida nesta quarta-feira, quando terá condições de falar sobre o caso. Ela está sendo autuada em flagrante pelo crime de homicídio”, informou o delegado.

Tendo em vista a situação de vulnerabilidade dos filhos da acusada, uma adolescente e uma criança que não teve a idade informada, eles foram entregues aos familiares da suspeita.

Com informações da assessoria de imprensa da Polícia Civil de Roraima

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