O deputado federal pelo Pará José Priante (MDB-PA) será investigado por suspeita de ter recebido dinheiro para votar em Eduardo Cunha para a presidência da Câmara dos Deputados. Ele será investigado no inquérito detrminado pelo ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Fachin ordenou abertura de inquérito para apurar se o ex-deputado federal Eduardo Cunha comprou votos de Priante e de outros deputados para sua eleição.

Crédito: Agência Câmara

Nesta segunda-feira (18), o caso deve ser encaminhado para a Presidência do STF decidir sobre se deve ir para um novo relator. Além do deputado José Priante, o inquérito envolve o próprio Eduardo Cunha, os deputados Carlos Bezerra (MDB-MT) e Mauro Lopes (MDB-MG) e mais 14 políticos.

As informações sobre possíveis irregularidades na eleição de Cunha foram reveladas na delação premiada do ex-executivo da J&F Ricardo Saud. Além do deputado José Priante, (MDB) é um dos acusados de ter reebido dinheiro para votar em Educardo Cunha.

Os outros são 14 políticos que não tinham foro no cometimento dos supostos crimes ou que tinham cargos diferentes do que exercem agora –Newton Cardoso Júnior, Soraya Santos, Vital do Rêgo, Fernando Jordão, Geraldo Pereira, Manoel Júnior, Marçal Filho, Henrique Alves, Leonardo Quintão, Saraiva Felipe, João Magalhães, Toninho Andrade, Alexandre Santos e Sandro Mabel.

O ministro Fachin levou em consideração a decisão do Supremo que restringiu o foro privilegiado a atos ocorridos no cargo e que tenham relação com a função – suspeitas durante a eleição, por exemplo, são consideradas fora do mandato.

De acordo com a Procuradoria Geral da República (PGR), o grupo de deputados recebeu R$ 30 milhões no ano de 2014 para que Eduardo Cunha fosse eleito “para fazer contraponto à então presidente Dilma Rousseff”.

Conforme a delação, o dinheiro teria sido repassado por doações oficiais, entregas em dinheiro vivo, e emissão de notas fiscais frias, sem a prestação do serviço.

Eduardo Cunha está preso no Rio de Janeiro, no presídio de Bangu. Ele foi preso em outubro de 2016 por ordem do então juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça, e ficou mais de dois anos no Paraná.

Uma apuração sobre tema parecido está em andamento no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, conforme a PGR, e por isso os políticos sem foro devem responder naquele tribunal. Para a PGR, apenas os três parlamentares devem responder no Supremo.

Fonte: G1