Um dos documentos que teria sido vazado do dossiê apreendido pela Polícia Federal (PF) contra o senador Jader Barbalho (MDB) lista valores de obras superfaturadas que só no Pará alcançam quase R$ 11 milhões. Fora do Pará, uma obra contratada em Campo Grande (MS) tem os valores citados em dólares no documento, com contrato no valor de U$ 8,6 milhões para a Superintendência do INSS, que teria pago U$ 1,3 milhões a mais pela obra.
Crédito: Reprodução TV Senado
Os valores especificados na página que vazou somam só no Pará exatos R$ 10.952.132,78. As informaçções foram publicadas pela revista Crusoé, e, segundo a revista, o dossiê contra Jader Barbalho (MDB) foi encontrado pela PF na casa do ex-senador Luiz Otávio Oliveira Campos, em Brasília, onde ele guardava todos os documentos contra Jader, que foram encontrados no início desse mês, na Operação Alaska, da PF.
Em uma página do relatório, que elenca obras da gestão de Jader Barbalho à frente do Ministério da Previdência, estão listadas obras com superfaturamentos que variam entre 46% e 109,11%, como é o caso de uma obra de um posto de arrecadação do INSS contratada com a empresa Miranda Sobrinho LTDA, no distrito de Mosqueiro.
Na obra do posto do INSS no município de Portel, no Marajó, o superfaturamento, segundo o documento, foi de 86,83% no contrato com a empresa Sondacil LTDA, sendo que a obra permanece até hoje inacabada e chegou a ir a leilão, mas não apareceu ninguém interessado em oferecer lance no terreno.
O mesmo aconteceu com uma obra no município de Tomé-Açu, contratada com a empresa Lopes Engenharia LTDA, com superfaturamento apontado de 97,06%, obra que também não foi concluída. Também há obras na sede do INSS em Belém e do prédio-sede da região fiscal de Marabá, na região sudeste do Pará.
As informações divulgadas apontam o ex-senador Luiz Otávio Oliveira Campos como operador do esquema de superfaturamentos de Jader Barbalho, que é líder emedebista no Pará e atualmente está no primeiro ano de mais um mandato de oito anos como senador da República.