O garimpeiro Flávio Luiz, de 34 anos, e o adolescente identificado, preliminarmente, como Lucas, de 15 anos, foram mortos e a família acusa militares do Exército Brasileiro de terem cometido o crime.
(Foto: Divulgação)
De acordo com um familiar de Flávio, que preferiu não se identificar, um canoeiro que estava com as vítimas e foi liberado no momento da abordagem, teria presenciado os homicídios, que ocorreram na quinta-feira (21), no rio Uraricoera, na região do Palimiú, em Alto Alegre, norte de Roraima.
Conforme o relato, quatro canoas seguiam pelo rio Uraricoera em direção a um garimpo, quando ao avistar o Exército, três canoas conseguiram retornar. O barco em que Flávio e Lucas estavam, não conseguiu e foi abordado pelos militares.
“O piloto do barco levou um tiro de bala de borracha nas costas e os dois foram brutalmente assassinados a tiros, tanto que as vísceras do Flávio saíram”, relatou.
Após a execução, segundo o denunciante, os militares teriam amarrado os corpos no motor do barco e jogaram no fundo do rio. Além disso, teriam atirado contra a canoa até ela afundar.
Ainda conforme o familiar, a testemunha do crime vem sendo ameaçada por militares e está escondida com medo.
“Eles já chegaram atirando. Era para a polícia ter prendido e ter trazido para a Delegacia, não ter matado eles. O que fizeram foi muita crueldade. Mataram um pai de família que tem uma filha autista e ainda pequena”, destacou.
Localização dos corpos
Nesse domingo (24), os corpos boiaram e outros garimpeiros realizaram o resgate. Em imagens enviadas à reportagem, é possível ver o corpo de dois homens amarrados e com marcas de tiros.
Por conta do difícil acesso, os corpos foram removidos até a região do Paredão, em Alto Alegre, por garimpeiros e o rabecão do Instituto Médico Legal (IML) fez a remoção até Boa Vista.
A reportagem procurou o Exército, no âmbito da Operação Ágata Fronteira Norte e aguarda retorno.
EP Estado do Pará News com informações da Folha BV