Exatamente no dia 20 de julho de 1873, há 149 anos, nascia o inventor do avião, Alberto Santos Dumont, no estado de Minas Gerais. Sua infância foi na Fazenda Cabangu, em Palmira (MG), onde se familiarizou com as máquinas de preparo dos grãos de café e com as locomotivas, que facilitavam o transporte da produção, uma inovação que foi introduzida pelo seu pai, Henrique Dumont.
(Foto: Arquivo FAB)
Cresceu em uma atmosfera de boa condição financeira, tendo oportunidades e experiências para uma ampla visão global, bem como um domínio fluente de espanhol, francês e inglês, consequência das viagens que realizava com a família pela América Latina e pela Europa.
Santos-Dumont morou em Paris entre 1898 e 1910, época em que a Europa vivia uma ebulição nas áreas cultural e científica. Lá, comprou seu próprio automóvel, sendo um dos primeiros a possuir um veículo movido à gasolina, e foi onde teve a oportunidade de construir suas próprias aeronaves. O brasileiro impressionou a França ao construir e pilotar vários balões dirigíveis.

Homem criativo e gênio inventivo da Aeronáutica (Foto: Arquivo FAB)

Santos-Dumont dedicou sua vida à aviação. Foi o primeiro aeronauta a alcançar a dirigibilidade dos balões e a voar num aparelho mais pesado que o ar com propulsão própria. Dumont ficou conhecido em todo o mundo e ganhou vários prêmios pela construção de seus dirigíveis. Sua fama fez dele uma espécie de celebridade, e os parisienses o chamavam de “le petit Santos”,que pode ser traduzido como “pequeno Santos”.
Quando construiu o dirigível nº 9, o Balladeuse, ele o deixava exposto em frente ao seu apartamento, na esquina da Rua Washington com a tradicional Avenida dos Champs Elysées, e todos passavam para aplaudir. Santos-Dumont fazia questão de experimentar seus inventos, pois temia arriscar a vida de outras pessoas. Um dos acidentes mais graves e conhecidos aconteceu em 1901, com o dirigível nº 5, quando o Hotel Trocadero amorteceu a queda, ficando Dumont pendurado na cesta do dirigível.
Com a ajuda de bombeiros, ele escapou sem ferimentos. Depois de 22 dias, no entanto, construiu um novo dirigível, o nº 6, e, depois de realizar testes e sofrer novos acidentes, conseguiu, em 19 de outubro de 1901, realizar o voo em torno da Torre Eiffel. Assim, recebeu o Prêmio Deutsch. Com esse feito, Santos-Dumont provou que o homem podia controlar o seu deslocamento pelos ares, tornando-se o primeiro aviador brasileiro a conseguiu confirmar a dirigibilidade dos balões.
O desenvolvimento e a construção de balões seguiam e, em 1905, ele conseguiu terminar seu primeiro projeto para uma aeronave de asa fixa, juntamente com outro projeto para um helicóptero.
O “14 BIS”, com capacidade de um tripulante, o mais célebre avião de Santos-Dumont, efetuou dois voos. No primeiro, em 23 de outubro de 1906, voou no Campo de Bagatelle, em Paris, por pouco mais de 60 metros de distância, a três metros de altura. Com isso, Santos Dumont ganhou a “Coupe d’Archdeacon” no primeiro voo controlado oficialmente com um aparelho mais pesado do que o ar.
No segundo voo do 14 BIS, em 12 de novembro de 1906, também em Bagatelle, o brasileiro conseguiu voar 220 metros. Seu trabalho no campo da Aeronáutica é expressivo, sendo o inventor do primeiro motor a explosão útil na aerostação e do motor de cilindros opostos, além de ter incentivado a criação de outros objetos, como o relógio de pulso, já que precisava medir os intervalos de tempo de voo.
Em 1910, Dumont encerrou sua carreira e passou a supervisionar as indústrias aeronáuticas que surgiram na Europa; entretanto, por motivos de saúde, voltou ao Brasil. Alberto Santos-Dumont faleceu aos 59 anos, no Guarujá (SP), no dia 23 de julho de 1932.
Santos-Dumont foi inscrito, em 1947, na patente de Tenente-Brigadeiro e promovido ao posto honorário de Marechal do Ar em 22 de setembro de 1955. Dumont está listado permanentemente no Almanaque de Heróis do Ministério da Aeronáutica.

Com Informações da Força Aérea Brasileira